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Definição de Valor de Contingência em Projetos de Capex

Definição de Valor de Contingência em Projetos de Capex

A definição do valor de contingência em projetos de Capital Expenditure (Capex) é uma prática essencial para garantir que as incertezas e riscos associados a um projeto sejam adequadamente gerenciados. A AACE (Association for the Advancement of Cost Engineering) recomenda a utilização de boas práticas para quantificar e integrar contingências, permitindo que os gestores de projeto possam alocar recursos de forma mais eficaz. O valor de contingência não é apenas um buffer financeiro, mas um reflexo das incertezas inerentes ao projeto e das variações potenciais nos custos e prazos.

A abordagem de risco em projetos de Capex pode ser dividida em diferentes faixas, como P-25, P-50 e P-70. O P-25 representa uma perspectiva otimista, considerando apenas 25% das variáveis de risco na alocação de contingência. Em contraste, o P-50 adota uma visão mais equilibrada, levando em conta 50% das variáveis. Por sua vez, o P-70 reflete um cenário conservador, onde se estabelece uma estrutura de contingência mais robusta. Essas faixas ajudam os gestores a entender melhor as possíveis variações e a planejar contingências que mitigam os impactos financeiros e de prazo.

  • P-25: Este nível representa um cenário otimista. Significa que há 25% de probabilidade de que os custos reais do projeto excedam essa estimativa. Ao utilizar essa abordagem, a contingência é menor, pois considera que apenas um quarto das variáveis de risco se concretizará.
  • P-50: Este nível reflete uma estimativa mais equilibrada, onde existe uma probabilidade de 50% de que os custos reais estejam acima ou abaixo desse valor. O P-50 é frequentemente usado como a base para o planejamento, pois representa uma visão mediana das incertezas e riscos associados ao projeto.
  • P-75: Aqui, o enfoque é mais conservador, com uma probabilidade de 75% de que os custos reais não excedam essa estimativa. Isso implica uma maior alocação de contingência, uma vez que considera um número maior de variáveis de risco.

 

Uma abordagem estocástica é vital na definição do valor de contingência, pois oferece uma visão mais abrangente das incertezas do projeto em comparação com uma análise determinística. Enquanto a abordagem determinística pode simplificar as premissas e resultados, a análise estocástica considera uma gama de cenários possíveis, levando em conta a variabilidade dos custos e prazos. Isso proporciona uma compreensão mais realista dos riscos e permite decisões mais informadas sobre o valor a ser reservado para contingências.

É fundamental que a definição do cronograma e dos custos do projeto não seja ingênua ou simplória. Isso implica em declarar explicitamente as premissas consideradas, uma vez que a falta de clareza pode levar a subestimações significativas das contingências necessárias. Além disso, diferentes tipos de projetos podem apresentar faixas de variação distintas, dependendo da complexidade, localização e especificidades técnicas. Portanto, entender as particularidades de cada projeto é crucial para a correta alocação de contingências.

Ferramentas como o Primavera Risk Analysis e o @Risk da Palisade/Lumivero são extremamente úteis para realizar análises de Monte Carlo, proporcionando simulações que ajudam a visualizar as incertezas associadas ao projeto. Essas ferramentas permitem que os gestores quantifiquem os riscos de forma mais robusta e fundamentem suas decisões sobre o valor de contingência. Assim, ao incorporar análises estatísticas e modelos probabilísticos, é possível melhorar a precisão na estimativa de custos e prazos, promovendo um gerenciamento de projetos mais eficiente e proativo.

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