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Série Jornada digital em projetos de Capex | Capítulo 2 – BIM

Série Jornada digital em projetos de Capex | Capítulo 2 – BIM

 

Está série se divide em 5 capítulos que tratam de:

Capítulo 1 – Portifólios, escritórios de projetos e fluxos de trabalho

Capítulo 2 – BIM

Capítulo 3 – Last Planner System

Capítulo 4 – FEL e AWP

Capítulo 5 – Citizen Development

A ideia é descrever a jornada de benchmarking global de tecnologias, metodologias e sistemas aplicados a projetos de Capex, que começou em 2021 e continuará para sempre. Apesar de andar na vanguarda ser uma missão sem fim, diferente do conceito de projetos, este material foi escrito em 2023.

Capítulo 2 – BIM

BIM na Construção Civil

Em 2021, fomos convidados a visitar uma grande construtora do Sul Fluminense para contribuir com sua estrutura de planejamento. Eram velhos conhecidos, pois já havíamos prestado serviços para eles em 2006 e 2013. Estavam mais robustos e entregariam, naquele ano, 1.000 unidades habitacionais.

Na ocasião, fiquei impressionado com a organização do setor de engenharia deles. O uso de BIM, capitaneado na pessoa do nosso atual parceiro de negócios Pedro Citeli, era pleno e integrado com o Sienge para prever detalhadamente a compra de materiais e reportar ao dono status detalhados frequentes.

Sienge/Softplan

Em 2013, estivemos no pólo tecnológico de Santa Catarina para firmar uma parceria com a Softplan e representá-los no Sul Fluminense. Na semana em que a parceria foi firmada, fomos transferidos para Recife em um grande projeto da Petrobras e por lá ficamos até 2014. O Sienge caminhou oferecendo frutos valiosos de gestão. Encontrou o BIM no caminho e estava esplendoroso em 2021. Sentimos orgulho e admiração pelo cuidado com que foi tratado.

BIM na Indústria de Base

Lembro do movimento forte nos anos 2000 do uso de simuladores de avanço de construção em 3D atreladas a softwares de planejamento como o Primavera. O uso normalmente era do Synchro aplicado a plantas com grande complexidade e valor agregado, por exemplo, com muitas tubulações e instrumentação.

De forma análoga ao que acontece com a estrutura de gestão de mudança, riscos e governança, o caminho dos acompanhamentos 3D e mesmo o uso do BIM (o BIM está longe de se resumir em um 3D) evoluíram de forma muito mais profunda nos mercados com maior margem e número de projetos estratégicos, tais como mineração, petróleo, gás e químico.

A siderurgia, que enfrenta altos e baixos cíclicos chegou aos anos 2020 sem um acervo consistente de material em BIM. Novamente, como no capítulo 1 desta séria, presenciamos um certo alinhamento de astros: um dos mais promissores especialistas em BIM do Brasil com vontade de aplicá-lo em ambiente industrial, um projeto bilionário e aqueles mesmos gestares com experiência e brilho nos olhos.

Benchmarking BIM na Siderurgia e projetos de Capex

Utilizamos uma empresa do grupo de um de nossos clientes para verificar a utilidade do BIM e os frutos na engenharia de Capex. Verificamos que a iniciativa dependia de embaixadores de cada disciplina para se completar. No caso deles, uma das maiores plantas de aços planos do Brasil, a disciplina de tubulação chegou a gerar listas confiáveis e ser de plena aplicação até a terceira dimensão. Não chegaram a aplicar a dimensão tempo e nem aplicar, por exemplo, em elétrica.

Fizemos uma série de reuniões com o maior fabricante de software de desenhos e BIM do mundo e meia dúzia das maiores empresas de engenharia do país e um instituto especializado. Fomos apresentados à abordagem de cada uma delas sobre o tamanho das equipes, o uso possível, as dimensões, as simulações com óculos, o envolvimento de outras áreas, como manutenção, na análise dos projetos, os ambientes colaborativos de aprovação dos projetos, as centrais de governança de documentações, que abrangem outros aspectos da rotina, hoje em dia, tais como RDO’s e gestão de mudança, entre outros aspectos.

A mesma sensação de que as maiores aplicações do BIM eram em indústrias de mineração, química e plantas com maiores valores agregados se manteve. Poucos exemplos realmente amplos de uso em projetos siderúrgicos.

Os limites estabelecidos em nosso caso

As dimensões da metodologia BIM segmentam-se em: a) 3D – renderização tridimensional do artefato; b) 4D – análise de compatibilização e planejamento; c)  5D – análise de custos; d) 6D – avaliação da sustentabilidade; e) 7D – gestão de instalações. Mais em https://www.sienge.com.br/blog/dimensoes-do-bim/

Foi estabelecido que faríamos um 3D que oferecesse listas de materiais confiáveis com margem de erro mínima e um exercício preliminar do 4D com nosso planejamento orientativo. A prerrogativa de desenvolver o planejamento executivo e refinar o 4D seria da contratada para obras civis e montagem eletromecânica.

5D viria das cotações feitas com base na LM confiável. 6D e 7D seriam abordados com a integração das partes interessadas de sustentabilidade, manutenção e operações no ambiente colaborativo de desenvolvimento dos modelos.

As três principais disciplinas seriam profundamente abordadas e dela seriam esperadas listas de materiais confiáveis. Civil com seus quantitativos de concreto e aço; eletromecânica com lista de cabos e instrumentações, tubulações e conexões.

Os resultados e potencial

O BIM será para os projetos em AutoCad como os projetos AutoCad foram para os projetos em papel vegetal. Cada vez mais a força disruptiva do BIM mostra sua utilidade prática na redução de erros orçamentários e desperdícios e aumento da previsibilidade.

Empresas atualmente fazem projetos em BIM mesmo quando os editais eventualmente não solicitam desta forma, pois a capacidade de ser mais aderente nas estimativas de custo superam as eventuais barreiras de implantação.

Um outro ponto importante é que a abordagem dos custos da solução BIM possuem como premissa que ela não seja mais cara do que a solução convencional. As empresas de engenharia têm se adequado aos custos da solução convencional (2D em AutoCad, por exemplo) com o bônus de um refinamento de quantitativos e antecipação de cenários impressionantes.

Impactos nas gerenciadoras

Na jornada digital que empreendemos, presenciamos a demonstração do software ALICE. Foi um dos exemplos impressionantes da integração de modelo BIM, planejamento e inteligência artificial. Ao informar ao software o modelo 3D e os limites físicos de movimentação, custo de mobilização de outra unidade e tempo de mudança de local e set up, ele traça opções de ligações não obrigatórias no cronograma com as possíveis variáveis para que sejam avaliados trade offs de custo, tempo, segurança, entre outros.

Não por acaso, as gerenciadoras mais ligadas na vanguarda estão incluindo em seus portifólios, mesmo quando não historicamente ligadas a engenharia, o BIM, mais como uma metodologia de projetos do que de engenharia.

BIM é um realidade em projetos estratégicos e mais uma peça da onda digital que nos impulsionará ou afogará a todos, de acordo com a posição que tomarmos.

Renan Silva Marcos Harano Jairo Guimarães Softplan

 

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